Asteróides do tipo C, como Ryugu, são fascinantes porque podem ser as origens da vida na Terra. Estas rochas espaciais estão repletas de matérias-primas que provavelmente ajudaram a moldar a química inicial do nosso planeta. Ao compreender a sua composição, obtemos uma imagem mais clara de como a Terra se formou e como poderia obter os ingredientes necessários à vida.
A missão espacial Hayabusa2 do Japão devolveu amostras de Ryugu em 2020, e os cientistas têm estudado-as de perto desde então. O que torna estas amostras tão interessantes é que não são afetadas pelas condições da Terra, o que as torna uma espécie de cápsula do tempo do início do Sistema Solar. Entre estas amostras, os investigadores encontraram algo particularmente interessante: grãos ricos em fósforo que podem ter desempenhado um papel importante nas origens da vida na Terra.
Sementes que podem mudar tudo
Acredita-se que esses grãos, constituídos por amônio hidratado, magnésio e fósforo (HAMP), sejam originários do Sistema Solar externo. É aqui que as temperaturas são baixas o suficiente para a formação de gelo de água, o que preserva esses grãos ao longo do tempo. Sua característica única é que podem liberar fósforo e nitrogênio em formas mais solúveis e reativas do que aquelas encontradas em outros minerais. Isso significa que eles podem ter estado mais envolvidos nas reações químicas que deram início à vida em nosso planeta.
Possível conexão com o início da vida
Esses grãos ricos em fósforo provavelmente interagiram com os primeiros sistemas hídricos da Terra, fornecendo os nutrientes necessários para o desenvolvimento de compostos orgânicos. Isto pode significar que desempenharam um papel direto nos processos químicos que levaram à origem da vida. À medida que os pesquisadores continuam teste Com amostras de Ryugu, eles esperam aprender ainda mais sobre como esses grãos – e outros semelhantes – podem ter influenciado as origens da vida na Terra e talvez além.