MANILA, Filipinas – O presidente do Supremo Tribunal, Alexander Gesmundo, admitiu que, embora a inteligência artificial (IA) possa melhorar os processos judiciais, ainda lhe faltam as características humanas básicas necessárias para administrar a justiça.
Falando perante advogados na 19ª Conferência de Chefes de Justiça da Ásia-Pacífico, em Kuala Lumpur, Gesmundo discutiu as oportunidades e os desafios que a inteligência artificial representa para a prestação eficaz da justiça.
A conferência bienal reúne líderes judiciais de toda a região da Ásia-Pacífico para abordar questões prementes enfrentadas pelos sistemas de justiça, especialmente à luz dos desafios globais e dos avanços tecnológicos.
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Na sua apresentação, Gesmundo destacou como a ferramenta pode ajudar os juízes, agilizando as tarefas administrativas, mas sustentou que “os juízes humanos devem continuar a ter assento nos tribunais se quisermos esperar que a empatia e a compaixão continuem a ser tidas em conta na concessão de soluções equitativas. ” .
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O Chefe de Justiça também discutiu as iniciativas do Supremo Tribunal das Filipinas no âmbito do Plano Estratégico de Inovação Judicial 2022-2027, um programa de reforma de cinco anos que inclui programas baseados em inteligência artificial destinados a aumentar a eficiência e o acesso à justiça.
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Ele apontou para jurisdições estrangeiras que incorporaram com sucesso a inteligência artificial nas operações judiciais para executar tarefas como examinar provas e preparar ficheiros de casos.
No entanto, Gesmundo alertou que a IA carece de características humanas fundamentais, como empatia, discrição ética e capacidade de adaptação às mudanças sociais, que são cruciais para garantir um sistema de justiça eficaz, justo e compassivo.
Discutindo o plano estratégico de inovação judicial definido pelo Supremo Tribunal Federal, Gesmundo enfatizou que a inteligência artificial deve “apoiar a eficiência do judiciário, mas nunca substituir os elementos humanos da justiça”.