Explicação das crateras siberianas: o derretimento do permafrost e do metano desencadeia crateras explosivas

Pesquisas recentes forneceram uma compreensão mais profunda das misteriosas crateras que aparecem na Sibéria. Estas crateras, com cerca de 50 metros de profundidade e 70 metros de largura, formam-se quando o derretimento do permafrost provoca explosões repentinas de metano. O derretimento do permafrost causa rachaduras, liberando metano armazenado nas profundezas do subsolo, levando a explosões dramáticas.

Condições geológicas únicas no norte da Rússia

Segundo Ana Morgado, estudante de doutoramento e engenheira química da Universidade de Cambridge, este fenómeno é extremamente raro e específico das penínsulas de Yamal e Gydan, no norte da Rússia. Os criopegs, ou antigas bolsas de água salgada, são exclusivos desta região e desempenham um papel fundamental neste processo.

Aumento de pressão e explosões

Os criopegs, que se formaram a partir de mares pré-históricos que existiram durante a última era glacial, permanecem líquidos apesar das temperaturas congelantes devido à sua alta pressão e teor de sal. À medida que a água derretida do derretimento do permafrost superficial entra nesses criopegs, a pressão aumenta ao longo de décadas. Eventualmente, formam-se fissuras no permafrost, liberando pressão e faz com que os hidratos de metano se decomponham em gás, causando uma explosão.

Consequências para o aquecimento global

Embora este fenómeno seja raro, a libertação de metano durante estas explosões pode ter um impacto significativo no aquecimento global. O metano é um potente gás com efeito de estufa e a sua libertação poderá causar mais problemas ambientais nas regiões árticas. Estas crateras, que aparecem apenas no norte da Rússia, oferecem uma nova visão sobre a complexidade do degelo do permafrost e as suas potenciais consequências para o clima.

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