Pesquisa mostra que o envelhecimento cerebral em macacos é retardado após a administração do medicamento para diabetes metformina

Um estudo recente destacou o potencial da metformina, um medicamento comumente usado para diabetes, para retardar o processo de envelhecimento em macacos. Publicado na Cell em 12 de setembro, o estudo mostra que doses diárias de metformina podem preservar a função cognitiva e retardar os efeitos do envelhecimento em diversos tecidos, principalmente no cérebro. Este estudo levanta a intrigante possibilidade de que a metformina possa um dia ser usada para retardar o envelhecimento em humanos.

O efeito da metformina nas funções cognitivas

Num estudo realizado por Guanghui Liu e a sua equipa na Academia Chinesa de Ciências, 12 macacos cynomolgus machos idosos receberam metformina diariamente durante 40 meses, o equivalente a cerca de 13 anos humanos. Cientistas percebido que os macacos tratados com metformina apresentaram declínio cognitivo significativamente mais lento em comparação com um grupo de controle de macacos não tratados. A atividade neural nos macacos tratados assemelhava-se à dos animais cerca de seis anos mais jovens, o que equivale a cerca de 18 anos humanos. Esta descoberta sugere que a metformina tem um impacto significativo na manutenção da saúde do cérebro e na melhoria da função cognitiva.

Efeitos em outros tecidos

O estudo também examinou como a metformina afeta outros tecidos do corpo. Os cientistas descobriram que a droga retardou o envelhecimento biológico de vários tecidos, incluindo pulmões, rins, fígado, pele e lobo frontal do cérebro. Além disso, a metformina reduz a inflamação crónica, um marcador chave do envelhecimento. Os efeitos da droga nesses vários tecidos apontam para um potencial mais amplo de benefícios antienvelhecimento além do cérebro.

Mecanismos e pesquisas futuras

Um mecanismo proposto pelo qual a metformina exerce os seus efeitos anti-envelhecimento é através da activação de uma proteína chamada NRF2. Esta proteína desempenha um papel fundamental na proteção das células contra danos causados ​​por inflamação e lesões. Apesar destes resultados promissores, deve-se notar que teste o efeito do medicamento na esperança de vida não foi avaliado, mas em vez disso o foco foi na sua capacidade de melhorar a saúde – o período durante o qual o corpo permanece em boa saúde.

Desafios e próximos passos

Embora os resultados sejam encorajadores, existem várias limitações. O estudo incluiu um número relativamente pequeno de macacos machos, e mais pesquisas são necessárias para determinar se os resultados são consistentes entre os sexos e amostras maiores. Além disso, Liu e a sua equipa lançaram um novo estudo com 120 participantes, em colaboração com a Merck, para testar os efeitos da metformina no envelhecimento humano. Além disso, estão em curso trabalhos para obter fundos para um estudo de maior escala, envolvendo 3.000 pessoas com idades compreendidas entre os 65 e os 79 anos, cujo objectivo é examinar o potencial do medicamento no prolongamento do período de saúde e na melhoria da qualidade de vida dos idosos.

Aplicativo

O estudo fornece informações valiosas sobre o potencial da metformina além do seu uso no tratamento do diabetes. Abre possibilidades interessantes para pesquisas futuras sobre o envelhecimento e sugere que este medicamento de baixo custo pode desempenhar um papel na promoção de um envelhecimento mais saudável nos seres humanos. No entanto, são necessários estudos mais extensos e diversificados para confirmar estes resultados e compreender completamente os efeitos da metformina na saúde e longevidade humanas.

Fonte