MANILA, Filipinas – Espera-se o retorno do legislador expulso Arnolfo Teves Jr. para as Filipinas é ainda mais adiado porque o seu caso de extradição em Timor-Leste deve passar por “novos procedimentos”, disse o Departamento de Justiça (DOJ) na Terça-feira.
O Departamento de Justiça disse num comunicado que a equipa jurídica de Teves contestou a decisão de extradição do tribunal timorense, citando preocupações processuais sobre o número de juízes envolvidos no processo.
“Esta é claramente uma questão secundária, levantada apenas depois que o processo terminou desfavoravelmente para ele”, observou o Departamento de Justiça.
PARA LER: Decisão de extradição contra Teves não foi anulada – DOJ
Acrescentou que Teves e a sua equipa jurídica estavam totalmente envolvidos no processo e tiveram todas as oportunidades para apresentar o seu caso.
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De acordo com o Departamento de Justiça, suas objeções surgiram somente depois que não foi possível obter um resultado a seu favor.
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Questionado sobre os próximos procedimentos, o porta-voz do Departamento de Justiça, José Dominic Clavano IV, explicou: “As mesmas provas serão apresentadas, mas desta vez perante três juízes”.
Teves é acusado de ser o mentor do assassinato de seu rival político, o governador de Negros Oriental, Roel Degamo, em março de 2023. Ele enfrenta múltiplas acusações, incluindo assassinato, homicídio premeditado e tentativa de homicídio, mas evitou a prisão porque estava nos Estados Unidos na época por licença médica.
O legislador foi expulso da Câmara dos Representantes em agosto de 2023, depois de ignorar repetidamente as ordens dela para voltar para casa e ser julgado. No dia 21 de Março deste ano, foi preso em Díli, capital de Timor-Leste, enquanto jogava golfe.
Em 27 de Junho, o Departamento de Justiça anunciou que o Tribunal de Recurso de Timor-Leste tinha deferido o pedido do governo filipino para extraditar Teves.
Um mês depois, foi noticiado que o seu apelo para anular a sua extradição tinha sido rejeitado, citando informações do Procurador-Geral de Timor-Leste.
A reivindicação de Topácio
No entanto, o advogado de Teves, Ferdinand Topacio, disse no sábado que a decisão foi “anulada” – uma alegação que o Departamento de Justiça rejeitou.
“Contrário a estas alegações, o tribunal competente em Timor-Leste já decidiu, com base legal, que o Sr. Teves deveria ser extraditado para as Filipinas”, afirmou o Departamento de Justiça.
Apesar da necessidade de novas audiências, o Departamento de Justiça permaneceu confiante de que um novo julgamento produziria o mesmo resultado.
“Os princípios jurídicos são claros e esperamos que o Sr. Teves enfrente em breve a justiça nas Filipinas, dadas as fortes evidências contra ele em múltiplas acusações graves, incluindo o assassinato do governador Degamo”, acrescentou.