Betinho Marques: Hulk tira pintura renascentista da chuva e de São Januário

O problema do atleta no momento é um só: será que esse pintor, esse Hulk, terá muita tela e tempo para pintar? Esse sonho ainda não acabou?




Foto: Pedro Souza / Atlético – Legenda: Hulk classifica Atlético para a final da Copa do Brasil Quem mais virá para a semifinal da Libertadores / Jogada10

Foi “só” uma semifinal da Copa do Brasil entre dois grandes times. Foi dia de Vasco e Atlético na partida decisiva.

Como sempre, todo o charme de São Januário em um campo cheio de suco do Brasil, que não consegue valorizar seu grande patrimônio, que é o futebol. Ainda não sabemos embrulhar presentes corretamente.

Tudo certo! Havia duas camisetas gigantes. Havia o sonho do Vasco de voltar à decisão nacional depois de 13 anos e o Galo teimoso na personificação de um certo Givanildo.

Em meados da década de 1940, o cartunista Fernando Pieruccetti, mais conhecido como Mangabeira, criou o Galo para fazer referência ao orgulho do Atlético em nunca desistir. A referência ao simbolismo chamava-se Zé do Monte.

Zé do Monte era um meio-campista, então conhecido como returno, que jogava de cabeça erguida, de forma imponente e elegante, mas que lutava com a cabeça para evitar a capitulação do Atlético. Afinal, sua vida era preto e branco. Se não houvesse artigos relevantes nos jornais da década de 1950, a resposta era simples: colocar uma foto do Zé e pedir opinião, só isso.

Hulk, o artista

Então! O galo caracterizado por Monte tinha várias estrelas naquela época, de várias décadas atrás, mas é necessária uma atualização de época. A era Hulk é real, é um renascimento. Diante de uma partida cheia de empenho, vontade, chuva, arremesso ruim, mas em clima cheio de paixão, Givanildo, o Hulk, em uma fração de segundo tirou a imagem renascentista da perna esquerda e classificou o Atlético.

Contrariando o estereótipo de um homem forte, estúpido, sem talento e a quem só falta vigor, o avançado de 38 anos aproveitou a base automática desenvolvida durante os treinos particulares e especializados e abriu o seu alcance, aproximando-se dos 80 minutos de jogo…

…A pintura foi criada “ontem”, mas foi criada durante várias sessões. A bola vem, o adversário também vem, o corpo recebe e segue em direção ao gol. E com um toque de pés, uma linha curva que destaca a figura humana, em cores realistas e vivas, utilizando técnicas de luz e profundidade, ele coloca a bola na armação do goleiro Léo Jardim. Valorizando literalmente a natureza, a possibilidade e a perfeição tão predominantes durante o Renascimento.

Até quando?

A questão mais importante é o tempo. Como ativar o Giva? O Renascimento, arte que exalta o racionalismo, o homem e a natureza, tem suas menções nos séculos XIV, XV e XVI, e seus representantes foram Mica (para os entes queridos) ou Michelangelo, Leão da Vinci e Galileu. Galileu agora tem um problema. Afinal, como incluir o Hulk nessa linha do tempo? Seria este um novo renascimento?

Na verdade, este é um problema sério. De qualquer forma, o problema do atleta no momento é um só: será que esse pintor, esse Hulk, terá muita tela e tempo para pintar? Enfim, esse sonho ainda não acabou?

Saboreie, aproveite e aprecie suas telas. O atleta vivencia a vida ao ar livre no Louvre, na melhor companhia, com boa música e sabe disso perfeitamente. Saborear é necessário.

Foi “só” mais uma semifinal com chuva, tinta a óleo, tela e um cara chamado Givanildo retocando no estilo renascentista.

O galo, o som, o sol e o sal são a base

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