A ferramenta de IA ajuda pessoas com pontos de vista diferentes a encontrar pontos em comum nas discussões sobre políticas públicas

A inteligência artificial mostra-se promissora em ajudar pessoas com pontos de vista diferentes a encontrar pontos em comum. Uma nova ferramenta do Google DeepMind utiliza inteligência artificial para mediar discussões e sintetizar pontos de vista em resumos equilibrados. Num estudo recente, os participantes preferiram os resumos gerados pela IA aos produzidos por mediadores humanos, sugerindo que a IA pode ser um mediador eficaz em discussões complexas. Isto foi destacado num estudo publicado na revista Science em 17 de outubro de 2024.

O sistema, denominado Máquina Habermas em homenagem ao filósofo Jürgen Habermas, foi criado por uma equipe liderada por Christopher Summerfield, diretor de pesquisa do AI Security Institute do Reino Unido. A ferramenta de IA foi testada com grupos de participantes que discutiram temas relacionados às políticas públicas do Reino Unido. A IA foi encarregada de resumir seus diferentes pontos de vista em uma declaração coerente e representativa. Esses resumos foram então avaliados pelos participantes. Surpreendentemente, 56% preferiram resumos gerados por IA, com o restante favorecendo a versão produzida por um mediador humano. Os revisores independentes também deram pontuações mais altas aos resumos gerados pela IA em termos de justiça e transparência.

IA em debates cívicos

Summerfield explicou que o modelo de IA foi projetado para criar resumos que recebessem maior apoio dos membros do grupo, aprendendo com suas preferências. Embora este seja um passo encorajador no sentido de melhorar os processos deliberativos, também destaca os desafios de escalar tais iniciativas democráticas.

O testes envolveu um experimento com 439 pessoas no Reino Unido, no qual os participantes compartilharam suas opiniões sobre questões de políticas públicas. As respostas de cada grupo foram processadas por inteligência artificial, que gerou então um resumo combinado. Especificamente, o estudo descobriu que a ferramenta de IA aumentou a concordância entre os membros do grupo, indicando o potencial para a formulação de políticas em ambientes do mundo real.

Ethan Busby, investigador de inteligência artificial na Universidade Brigham Young, vê isto como uma direcção promissora, mas outros, como Sammy McKinney, da Universidade de Cambridge, apelam à cautela sobre a ligação humana limitada em tais debates.

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