Explicado: por que o último vencedor do Manchester City no Wolves foi autorizado a permanecer

Outro dia, outra polêmica de arbitragem.

Desta vez, foram Manchester City e Wolverhampton Wanderers no centro de uma disputa em torno do gol da vitória de John Stones, de cabeça de escanteio aos cinco minutos dos acréscimos em Molineux.

Vamos analisar o que aconteceu – e por que os Lobos estavam tão zangados.


O que aconteceu?

No quinto minuto de um mínimo de cinco minutos de acréscimo, o Manchester City recebeu um escanteio com o placar de 1-1.

Phil Foden fez um cruzamento para a marca de pênalti, que Stones cabeceou para colocar o City em vantagem por 2 a 1 e praticamente confirmou uma importante vitória fora de casa para os atuais campeões da Premier League.

Inicialmente, parecia não haver problemas com a posição do gol. As imagens do incidente não mostram o árbitro assistente levantando sua bandeira imediatamente e o árbitro Chris Kavanagh não mostra imediatamente que algo está errado.

Passaram-se mais de 30 segundos após a bola atingir a rede que Kavanagh sinaliza que anulou o gol, com a Premier League confirmando posteriormente O Atlético que o árbitro assistente acabou por levantar a sua bandeira.

Após consulta, Kavanagh decidiu que Bernardo Silva, que estava posicionado bem na frente do goleiro do Wolves, José Sá, havia interferido no jogo em posição de impedimento.

Enquanto a bola é jogada, Bernardo fica na frente de Sá, com o braço em volta dele.

Sa tenta tirá-lo do caminho enquanto a bola segue em direção à área…

…e só no momento do contato de Stones com a bola é que Bernardo se afasta, fora do campo de visão do goleiro.

Depois que o VAR Stuart Attwell inspecionou a filmagem no monitor do lado do campo, o árbitro foi solicitado a revisá-la. Kavanagh então reverteu a decisão em campo e permitiu que o gol permanecesse.

O que dizem as leis?

O livro de regras do IFAB tem dois pontos principais a serem considerados pelos árbitros ao julgar se um gol deve ser mantido quando um jogador em posição de impedimento pode ser considerado como interferindo no jogo.

Em situações onde:

  • um jogador que se move ou permanece em uma posição de impedimento está no caminho de um adversário e interfere no movimento do adversário em direção à bola, esta é uma ofensa de impedimento se tiver impacto na capacidade do adversário de jogar ou desafiar por a bola; se o jogador se colocar no caminho de um adversário e impedir o progresso do adversário (por exemplo, bloquear o adversário), a infracção deverá ser penalizada sob Lei 12
  • um jogador em posição de impedimento está se movendo em direção à bola com a intenção de jogá-la e sofre falta antes de jogar ou tentar jogar a bola, ou desafiar um adversário pela bola, a falta é penalizada como ocorreu antes da infração de impedimento

O que foi dito?

A Premier League divulgou comunicado oficial através de sua conta Match Center X, explicando porque o gol foi permitido.

No que diz respeito às leis do IFAB, este incidente diz respeito principalmente ao ponto um, com Bernardo à frente de Sá em posição de impedimento.

Embora Bernardo não faça nenhuma tentativa de jogar a bola e não pareça estar no campo de visão de Sá quando Stones acerta a bola, ele parece interferir no movimento do goleiro antes e depois de Foden marcar o escanteio.

Porém, como não se pode estar impedido em um escanteio, desde que Bernardo não seja considerado culpado de falta sobre Sá, seu movimento não é relevante até que Stones faça contato com a bola. Assim, desde que o árbitro decida que ele não está na vista de Sá nem comete falta no goleiro em nenhum momento, o gol deverá ser marcado de acordo com as leis.

Isso já aconteceu antes com os Lobos?

De certa forma, sim. Na temporada passada, eles tiveram um gol semelhante anulado por impedimento.

O zagueiro Max Kilman pensou ter marcado de cabeça aos 98 minutos para salvar o empate dos anfitriões contra o West Ham, mas o VAR Tim Robinson aconselhou o árbitro Tony Harrington a rever sua decisão original de permitir o gol.

O remate de Kilman foi posteriormente descartado depois que Tawanda Chirewa, do Wolves, foi encontrado em posição de impedimento e considerado na linha de visão do goleiro do West Ham, Lukasz Fabianski. A Premier League posteriormente apoiou a decisão de negar o gol, chamando o incidente de uma decisão “subjetiva”.

O técnico do Wolves, Gary O’Neil, foi posteriormente suspenso por um jogo na linha lateral e multado em £ 8.000 pela Associação de Futebol.

Após o jogo com o City, O’Neil traçou um paralelo com o incidente do West Ham, mas não reclamou.

“Enviamos uma imagem aos árbitros mostrando que o goleiro do West Ham podia ver a bola, mas o motivo dado foi que o jogador estava muito próximo”, disse ele à Sky Sports. “O mesmo argumento poderia ser dito aqui, mas só temos que aceitá-lo.

“Prefiro não discutir o assunto porque ainda vai parecer que estou dando desculpas. Qualquer que seja a decisão que eles tomem, eu respeito. Não queremos cruzar essa linha, mas pareceu difícil.”

(Foto superior: Adrian Dennis/AFP via Getty Images)



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