O buraco negro supermassivo no centro da Via Láctea está girando inesperadamente

Sagitário A* (pronuncia-se Sagitário A Estrela), o buraco negro supermassivo no centro da Via Láctea, está girando de uma forma incomum, e os cientistas agora acham que podem saber por quê. Com base em novos dados do Event Horizon Telescope, os cientistas sugerem que este gigante cósmico provavelmente se fundiu com outro buraco negro há milhares de milhões de anos. Esta colisão colossal poderia explicar a rotação rápida e irregular do buraco negro, que difere da orientação do resto da galáxia.

O papel das fusões na evolução dos buracos negros

Localizado a 26.000 anos-luz da Terra, Sagitário A* é um objeto massivo, 4 milhões de vezes a massa do Sol. A sua rotação rápida e inclinação estranha há muito que intrigam os astrónomos, mas novas pesquisas apontam para um passado turbulento.

De acordo com teste publicado na revista Nature e liderado por Yihan Wang, astrofísico da Universidade de Nevada, Las Vegas (UNLV), o estranho giro do buraco negro é melhor explicado por uma fusão com outro buraco negro supermassivo. Este evento pode ter ocorrido há cerca de 9 mil milhões de anos e pode ter mudado drasticamente a rotação de Sagitário A*.

Acredita-se que os buracos negros supermassivos cresçam não apenas absorvendo gás e poeira próximos, mas também se fundindo com outros buracos negros quando as galáxias colidem. Bing Zhang, professor de física e astronomia da UNLV e coautor do estudo, explicou que a fusão provavelmente ocorreu após a colisão da Via Láctea com a galáxia Gaia-Enceladus. Isto acrescenta evidências significativas para teoria que os buracos negros podem expandir-se fundindo-se com outros buracos negros do seu tipo.

Descobertas futuras aguardam

Os astrônomos esperam que futuros projetos espaciais, como a Antena Espacial de Interferômetro Laser (LISA), com lançamento previsto para 2035, ajudem a revelar mais sobre a história dos buracos negros supermassivos. Estas ferramentas irão detectar ondas gravitacionais produzidas por tais fusões, fornecendo ainda mais informações sobre a evolução dinâmica das galáxias e dos seus buracos negros.

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