Especialistas jurídicos dizem que o governo não tem obrigação de cumprir a ordem do TPI contra Duterte

SHOWOFSUPPORT Membros do Partido Akbayan, mostrados nesta foto de novembro de 2023, reúnem-se na Câmara dos Representantes para expressar seu apoio a diversas resoluções apresentadas ao Congresso, apelando ao Presidente Marcos para reconhecer a jurisdição do Tribunal Penal Internacional e defender o retorno do país como membro da instituição internacional. – NIÑO JESUSORBETA

Os advogados que pedem que Rodrigo Duterte seja levado ao Tribunal Penal Internacional (TPI) dizem que as Filipinas ainda devem às suas obrigações para com o tribunal de cooperar com a investigação e até emitir um mandado de prisão para o ex-presidente.

Duterte, que deixou o cargo após o término de seu mandato de seis anos em 2022, enfrenta um caso de crimes contra a humanidade perante o TPI por causa de sua guerra às drogas em curso.

Kristina Conti e Neri Colmenares, duas advogadas das famílias das vítimas da guerra às drogas, disseram que a principal base para a cooperação das Filipinas com o TPI é o Art. 127 do Estatuto de Roma.

Conti disse que, ao abrigo desta disposição, a retirada das Filipinas do TPI em 2018 não afecta os casos instaurados antes da sua entrada em vigor, um ano depois.

Colmenares também citou esta disposição, afirmando que “qualquer questão ou assunto pendente no tribunal antes da entrada em vigor da renúncia deverá continuar”.

EJK “já em consideração”

O ex-porta-voz de Duterte, o advogado Harry Roque Jr., argumentou que foi somente em 2023 – quatro anos depois que as Filipinas deixaram o TPI – que a Câmara de Pré-Julgamento do tribunal concordou em abrir uma investigação do promotor sobre Duterte.

Colmenares observou que a questão das execuções extrajudiciais (EJK) na guerra às drogas “já estava em cima da mesa” em 2017, quando o advogado Jude Sabio abriu um processo contra Duterte, e em 2018, quando famílias de vítimas da guerra às drogas abriram os seus casos.

Ele disse que “todas as questões em consideração” se aplicam ao Estatuto de Roma de 2002, que criou o TPI.

LEIA: A posição do PNP sobre o mandado de prisão vs. Duterte segue a cadeia de comando – SolGen

“[There is] não há nada ali [that says] pedido para iniciar uma investigação [by the ICC prosecutor] foi o único fator levado em consideração”, acrescentou Colmenares, ex-representante da lista do partido Bayan Muna.

“Quando apresentamos a nossa reclamação, ela já estava sendo processada. Eu realmente não entendo de onde eles (o grupo de Duterte) tiram o argumento de que a jurisdição se limita apenas à investigação preliminar”, disse Colmenares.

A própria Fatou Bensouda argumentou em 2021, quando era procuradora do TPI, que a retirada das Filipinas não pôs fim à jurisdição do tribunal sobre quaisquer crimes que possam ter sido cometidos enquanto o país ainda estava vinculado ao Estatuto de Roma.

O papel da Interpol

Supondo que haja motivos para emitir um mandado de prisão contra Duterte, os advogados que buscam seu impeachment concordam que executá-lo é outra questão.

Uma opção para cumprir o mandado seria contar com a cooperação da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), uma agência parceira do TPI. Ambas as autoridades celebraram um acordo de cooperação e intercâmbio de dados.

Com sede em Lyon, França, a rede policial internacional é financiada por 196 estados membros, incluindo as Filipinas. Tem uma sede nacional na região metropolitana de Manila.

Conti, no entanto, esclareceu que embora as Filipinas sejam um Estado-membro, a Interpol só pode obrigar a polícia local a fornecer informações sobre o paradeiro de uma pessoa procurada ou fugitiva.

‘Vontade política’

O “acordo direto” da Interpol com o TPI significa que pode garantir uma ordem emitida pelo tribunal de Haia, disse Conti.

Contudo, cumprir o mandado em determinado país exigiria o consentimento do chefe de Estado – neste caso, o presidente Marcos.

A PNP tinha afirmado anteriormente que não iria executar o mandado de detenção emitido pelo TPI porque seguiria as instruções do Presidente.

“Se estamos falando em cumprir a ordem, serão necessárias ordens do presidente”, disse Conti. “Não é automático, devemos reconhecer que… Embora eles (PNP) possam ser forçados a fazê-lo por respeito à Interpol, ao mesmo tempo [this] isso deve ser acordado com o presidente. Portanto, depende da vontade política.”


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“Existem tantas possibilidades [for serving the warrant] e nosso objetivo é que não seja impossível atender a ordem”, disse ela. INQ



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