ONU provavelmente votará cessar-fogo em Gaza na terça-feira, EUA sinalizam veto

Uma criança palestina sentada no local de um ataque israelense a uma casa, em meio ao conflito contínuo entre Israel e o grupo islâmico palestino Hamas, em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, 7 de fevereiro de 2024. FOTO DE ARQUIVO DA REUTERS

NAÇÕES UNIDAS – O Conselho de Segurança das Nações Unidas provavelmente votará na terça-feira a insistência da Argélia para que o órgão de 15 membros exija um cessar-fogo humanitário imediato na guerra entre Israel e o Hamas, disseram diplomatas, uma medida que os Estados Unidos sinalizaram que vetariam.

Há mais de duas semanas, a Argélia apresentou um anteprojecto de resolução. No entanto, a embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, afirmou rapidamente que o texto poderia comprometer “negociações delicadas” destinadas a mediar o fim da guerra.

No sábado, a Argélia solicitou que a votação do conselho ocorresse na terça-feira, disseram diplomatas. Para que uma resolução do Conselho de Segurança da ONU seja adoptada, são necessários pelo menos nove votos a favor e nenhum veto dos Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, China e Rússia.

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“Os Estados Unidos não apoiam ações neste projeto de resolução. Se o projeto for votado conforme redigido, não será adotado”, disse Thomas-Greenfield em comunicado no sábado.

Washington tradicionalmente protege o seu aliado Israel das ações da ONU e vetou as ações do Conselho duas vezes desde 7 de outubro. No entanto, absteve-se duas vezes, permitindo ao Conselho adoptar resoluções destinadas a aumentar a ajuda humanitária a Gaza e apelando a pausas humanitárias urgentes e mais longas nos combates.

Estão em curso conversações entre os EUA, o Egipto, Israel e o Qatar com o objectivo de parar a guerra e libertar os reféns detidos pelo Hamas.

“É fundamental que outras partes dêem a este processo a sua melhor oportunidade de sucesso, em vez de forçar medidas que o coloquem – e a oportunidade de uma solução duradoura para as hostilidades – em perigo”, disse Thomas-Greenfield.

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Segundo relatos israelenses, a guerra em Gaza começou em 7 de outubro, quando militantes do grupo militante Hamas, que lidera Gaza, atacaram Israel, matando 1.200 pessoas e fazendo 253 reféns. Em retaliação, Israel lançou um ataque militar a Gaza que, segundo as autoridades de saúde, deixou mais de 28 mil palestinianos mortos e outros milhares de corpos temem-se perdidos entre as ruínas.

A provável votação do Conselho ocorre num momento em que Israel também planeia atacar Rafah, no sul da Faixa de Gaza, onde mais de um milhão de palestinianos procuraram refúgio, levantando preocupações internacionais de que tal medida agravaria drasticamente a crise humanitária em Gaza.

“A situação em Gaza é uma acusação terrível do impasse nas relações globais”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, na sexta-feira, na Conferência de Segurança de Munique.


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Questionado sobre esclarecimentos, o porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, disse que Guterres estava “apontando o dedo” para a falta de unidade no Conselho de Segurança “e como essa falta de unidade prejudica a nossa capacidade… de melhorar a situação em todo o mundo”.



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